observador: Paulo Bedaque

local: sul da ilha de Aruba no mar do Caribe

data: 26 de fevereiro de 1998

equipamento: luneta           D = 80 mm        f = 1200 mm         (f/D = 15)    Projenar (Japão)

fotografia: projeção no foco com câmera Nikon FM2 (filme 100 ISO)

Um dos fenômenos naturais mais impressionantes que a natureza pode nos proporcionar, é sem dúvida um eclipse total do Sol. Visível apenas de alguns poucos locais privilegiados da Terra, fatalmente impressiona todos aqueles que têm a oportunidade de observar um. A faixa da superfície da Terra coberta pela sombra da Lua em um fenômeno com este, nunca tem largura acima de 270 km, o que limita muito a quantidade de pessoas que podem vê-lo. Aquele que teve esta chance certamente não esquecerá nunca mais aqueles poucos minutos em que anoitece com o Sol ainda alto no céu. Nestes poucos minutos de duração da totalidade, o céu ganha uma coloração cinza que não pode ser vista a não ser durante um eclipse.

Eclipse Aruba 1

A sombra da Lua projetada na Terra durante um eclipse do Sol, cobre pequenas áreas da superfície de nosso planeta, restringindo o acesso à visualização do fenômeno.

No dia 26 de fevereiro de 98, quinta-feira da semana do carnaval, um desses aconteceu e pode ser visto de Aruba, de Curaçao e de alguns pontos da Venezuela, Colômbia e Panamá. Estivemos em Aruba e pudemos colocar o quarto risco em nosso telescópio, como marca pelo quarto eclipse total do Sol que assistimos (Tefé-Am-91, Chuí-RS-92, Foz do Iguaçu-Pr-94 e Aruba-98).

sun195

Foto do Sol obtida com filtros especiais mostrando a intensa atividade magnética do Sol. Obtida na INTERNET no site do observatório SOHO.

Mais uma vez vimos a indescritível cor cinza da coroa do Sol, formada por gases a altíssimas temperaturas (cerca de 1 milhão de graus Celsius) e que só se mostra no momento da totalidade de um eclipse total. Um jóia no céu, uma jóia rara que só aparece por cerca de 3 minutos em alguns poucos pontos do planeta, e apenas de tempos em tempos. Estudados deste os tempos antigos, os eclipses solares acontecem em um mínimo de duas vezes e num máximo de cinco vezes em um ano. Embora não seja um fenômeno tão raro como se costuma afirmar, ele ganha esta fama em função do reduzido número de pessoas que podem assistir um. Se você já viu um eclipse em sua região, perca a esperança de ver outro no mesmo local. Esta repetição só acontece a cada 2 ou 3 séculos.

Tivemos a oportunidade de conseguir boas fotos num total de 30 e algumas delas estão logo abaixo. A primeira mostra o início do eclipse. Algumas outras mostram o chamado anel de diamante, instante em que o Sol está quase todo coberto pela Lua, formando um anel de fraco brilho, mas com um restinho à mostra, compondo um enorme e brilhante diamante na periferia do anel. As demais, mostram a coroa solar, com todo o seu esplendor. As diferenças entre as fotos se devem aos diferentes tempos de exposição que foram usados, de 1/125 segundos a 1 segundo.

Eclipse Aruba 2

Anel de diamante do eclipse total do Sol de Aruba. Foto obtida com filme kodak 100 ASA e máquina fotográfica acoplada a uma luneta de 80 mm de abertura e distância focal de 1200 mm. Foto de Paulo Bedaque.

Alguns brasileiros que encontramos por lá sequer sabiam que aconteceria um eclipse naquele dia e que isso não os faria mover-se dois metros da piscina. Depois do eclipse disseram-nos que esperam ter a sorte de não morrer antes de ver outro.

Eclipse Aruba 3

Foto em seqüência das várias fases do eclipse total de Aruba, obtida através da INTERNET. Eclipse Aruba 4

Foto mostrando a coroa solar no eclipse de Aruba. Esta “atmosfera” solar só é visível nos poucos minutos que duram as fases de totalidade dos eclipses solares e é formada por gases a altíssimas temperaturas. Foto de Paulo Bedaque.

Eclipse Aruba 5

Mais uma vez, foto mostrando a coroa solar do eclipse de Aruba. Porém obtida com uma maior tempo de exposição. Foto de Paulo Bedaque.